O uso de flúor na Odontopediatria
Bom dia queridos!
Tudo?
Desculpem a demora em postar! Posso dizer que essa semana foi, no mínimo ~pausa dramática~ punk!!!
Porém, vivos estamos, e hoje vamos falar um pouquinho de um assunto que praticamente reinou no consultório:
Flúor na Odontopediatria!!
Ouvi de alguns pais certas informações erradas e pretendo desconstruir esses erros com algumas dicas e informações (com base na literatura científica)...
Vamos acompanhar então todo o histórico, começando por:
O que é a cárie?
A cárie é uma doença multifatorial, infecciosa, transmissível e de dieta dependente, produzindo a desmineralização das estruturas dentárias. Esse conceito é embasado na interação de fatores, que são: dente susceptível, microorganismo, dieta e tempo (Diagrama de Newbrum, abaixo):

A cárie ocorre quando o processo de desmineralização não consegue ser controlado pela fase de remineralização, provocadas pela ação dos ácidos produzidos pelas bactérias presentes no biofilme, que se utiliza dos carboidratos na dieta alimentar do paciente.
Devido aos elevados padrões de consumo de açúcar e ao limitado uso de medidas preventivas adequadas, a cárie dental (fortemente relacionada pelos problemas sociais e econômicos do país), apresenta índices considerados muito altos!
A prevenção da cárie pode ser realizada por meio da aplicação do flúor, uma vez que este elemento apresente a propriedade de inibir a desmineralização dos dentes, promovendo sua remineralização, tornando-os mais resistentes ao ataque dos ácidos!
Entretanto, alguns pais e colegas ficam confusos ao discutir sobre a introdução do flúor na rotina da criança. Qual a melhor pasta? Qual a melhor escova? Qual a quantidade?
De acordo com as novas recomendações da Academia Americana de Pediatria, os primeiros dentes dos bebês devem, sim, ser higienizados com cremes dentais que contêm esse elemento.
Vem, com a #DicaDaCá:
- É indicado pastas dentais com concentração de flúor entre 1100 e 1450 ppm (partes por milhão). Cremes dentais com concentração inferior a 500 ppm não protegem das cáries.
- Enquanto a criança ainda não tem os dentes molares (os dentinhos do fundo, com mais sulcos e fóssulas), é indicado que a limpeza seja feita com uma dedeira ou gaze. Após a erupção destes, o uso da escova torna-se imprescindível!
Vale lembrar, claro, que as recomendações devem vir de um Odontopediatra, que irá traçar o perfil socio-econômico e dieta alimentar do paciente, podendo assim, indicar a melhor concentração de flúor, tendo em vista sua idade e erupção dos dentes!!
Com a preocupação de haver a ingestão do flúor por parte das crianças durante a escovação, é recomendado que os pais utilizem uma quantidade equivalente à um grão de arroz em crianças de até dois anos, e a partir daí, aumentam gradativamente, até o tamanho de um grão de ervilha para os maiores. "Se os pais usarem essa quantidade, não ultrapassam 30% da margem de segurança de deglutição do flúor, ou seja, ainda que a criança engula o creme dental, ela não correrá riscos de ter fluorose", explica o presidente da ABO (Associação Brasileira de Odontopediatria), Paulo César Rédua.
É normal ficarmos apreensivos, nos perguntando se estamos fazendo o melhor para nossos filhos, por isso, para melhor uso dos cremes dentais fluoretados em crianças, procure seu odontopediatra! Nada melhor que a opinião de um especialista para tratar os nossos pequenos que tanto amamos!!
Tchau, gente!
Bjo bjo
Cá
Fonte:
Lima, Jose E. de O. Cárie dentária: um novo conceito. R Dental Press Ortodon Ortop Facial. Maringá, v12, n6, p. 119-130, nov/dez 2007.
Processos físico-químicos no biofilme dentário relacionados à produção de cárie. Química Nova na Escola, vol X, n X. "Adaptação".
Programa Brasil Sorridente - A Saúde Bucal Levada a Sério. Componente fluoretação na água. Brasília, 2006.